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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Relatório de Atividades : Projeto “Nessa Aldeia tem história...” (Março a Junho/2013)

A ideia inicial do Projeto "Nessa Aldeia tem História" teve início no projeto intitulado: Prazer em Ler, em 2005, do Instituto C&A, contemplado em seleção pública. Sendo que em 2005 houve a instalação da Biblioteca Infanto-juvenil no CEPAJ, bem como todas as atividades correspondentes ao desenvolvimento e protagonismo literário. O formato atual desse projeto surgiu da necessidade de comemoração dos 30 anos da Aldeia Juvenil agora em 2013, com a temática do protagonismo infanto-juvenil e a literatura, tendo por objetivo a edição das histórias contadas pelas crianças advindas do CEPAJ. O trabalho específico do Projeto "Nessa Aldeia tem História", iniciou-se em uma conversa informal entre Viviane Teles (CEPAJ) e Elaini Trevisan (MP/GO) durante uma reunião de articulação com o Programa Bem Educar do Ministério Público. Relatamos da informalidade da conversar pois não se tratava do ponto de pauta da reunião. A Aldeia Juvenil apresentou-se com todas as atividades que eram trabalhadas no seu campo de extensão, correspondente a Sala de Leitura e houve um interesse da Dra. Elaini pelo nosso trabalho, pois ela já buscava um lugar para que sua filha Maria Fernanda (9 anos) – escritora de 3 livros infantis – pudesse de maneira filantrópica passar sua experiência literária. Então como já se tratava de uma ação da Aldeia de incentivo ao protagonismo por meio da Sala de Leitura, abriu-se um diálogo por ambas as partes – Aldeia Juvenil e Maria Fernanda (escritora), na oportunidade sempre representada pela sua mãe, para iniciarmos as ações que pudessem unir ambos os interesses. Esclarecemos que a ideia se transformou neste projeto, cujo objetivo é promover a inserção cultural das crianças e favorecer o contato com os valores, costumes e tradições culturais através da Sala de Leitura. Para além disso, a leitura se constitui num campo fértil para a imaginação, criatividade e compreensão de mundo, que são características imprescindíveis para o desenvolvimento infanto-juvenil. A literatura se constitui ainda, num campo privilegiado de linguagem, proporcionando a participação da criança ou adolescente em diversas situações de comunicação (oral e escrita, expressão de ideias, sentimentos, opiniões, preferências, etc.). Com isso, pretendemos envolver este público no aspecto social, afetivo e cognitivo, dando-lhes suporte para que desenvolvam suas competências e habilidades com autonomia.
Diante da possibilidade de executar este projeto, vimos uma oportunidade criativa e enriquecedora de proporcionar momentos prazerosos de leitura, valorizando o contato e a troca de ideias entre as próprias crianças. Em comemoração aos 30 anos da Aldeia, pretendemos ainda, confeccionar um livro com as crianças que participam dos grupos da sala de leitura, colocando em foco o protagonismo infanto-juvenil. Para isso, contamos com a parceria de Maria Fernanda Pires Trevisan (autora mirim) e sua mãe, a promotora Elaini Cristina Alves Pires Trevisan. A ideia é disseminar a possibilidade de outras crianças de baixa renda se empoderarem da capacidade de também se tornarem autoras e ilustradoras de livros infanto-juvenis, e co-criarem e editarem com Maria Fernanda Pires Trevisan um novo livro. Com a realização do projeto em curso, serão beneficiadas diversas crianças, especialmente as de baixa renda, que incentivadas a demonstrar sua capacidade criativa verão seus sonhos se tornarem realidade, permitindo a elas novas e melhores expectativas para o futuro, sentindo-se capazes e cheias de auto-estima – pressupostos do processo de cidadania.
Socializamos o projeto com a equipe de trabalho do Cepaj para discutir os aspectos de organização. Nessa discussão, sugerimos a articulação de quatro área: Literatura infanto-juvenil (dramatizações, contação de histórias), Brinquedos e Brincadeiras (brincadeiras orientadas e jogos), Música e Artes. Dessa forma, a literatura será trabalhada através da interação proporcionada pelas diferentes linguagens, valorizando a metodologia multidisciplinar e envolvendo os demais profissionais: Psicologia, Fonoaudiologia, Serviço Social, Pedagogia, Psiconeurologia e Psicomotricidade. Surgiu ainda dessa reunião, a ideia de que a produção do livro seja toda das crianças, inclusive a apresentação, que será o reconto da história da Aldeia escrita e ilustrada pela autora Maria Fernanda.
Com o apoio e auxílio da equipe, partimos em busca de parcerias para custear a publicação dos livros confeccionados pelas crianças. Nos inscrevemos no Prêmio Itaú-Unicef e ainda estamos aguardando o resultado, também nos reunimos com a coordenadora da editora Puc-Goiás, Profª Nair. Tivemos todo o suporte e orientação por parte da Profª Nair, que vem nos orientando com sua experiência em termos logísticos e editoriais.
A partir do mês de março, apresentamos o projeto aos grupos de crianças que participam na sala de leitura, apresentamos a autora mirim Maria Fernanda e iniciamos com as oficinas de escrita e ilustração. Duas técnicas ficaram responsáveis por auxiliar as crianças nessas duas oficinas citadas, a pedagoga Karine (escrita) e a Assistente Social Zilma (ilustração). É importante considerar ainda que contamos com todo o apoio técnico da equipe durante as reuniões semanais do Cepaj.
As oficinas de escrita acontecem nas terças e quartas no período matutino e vespertino, cujos objetivos são: apresentar os diferentes gêneros literários, despertando o interesse pela leitura-prazer; expandir o repertório de experiências, proporcionando o contato direto e mediado entre o público infanto-juvenil e a literatura por meio de atividades oferecidas pelas quatro áreas já citadas anteriormente; disseminar a possibilidade de outras crianças se empoderarem da capacidade de também se tornarem autoras e ilustradoras de livros infanto-juvenis. Sendo assim, desenvolvemos atividades de rodas de leitura e reconto de histórias, dramatizações, teatro com fantoches e oficina de poesia. Desses momentos, já foram produzidas cinco histórias: “Aconteceu Comigo” (Carlos Daniel – 11 anos), “Vida na roça” (Carlos Daniel – 11 anos), “Aventuras no fusca da vovó” (Eliel – 10 anos), “Confusão no jardim” (Diego – 9 anos), “Uma história real” (Jhonatan – 12 anos).
As oficinas de ilustração acontecem nas quintas e sextas, respectivamente no período matutino. Para dar a oportunidade para que todos possam participar dessa oficina, ela também ocorre em quartas alternadas no período vespertino. Os objetivos são: desenvolver atividades que favoreçam a cultura da paz, da ética e do respeito. Também pretende-se trabalhar no sentido de evitar a reprodução da violência por parte de crianças e/ou adolescentes que já sofreram algum tipo de violação de seus direitos; conscientizar sobre as preocupações mundiais como a sustentabilidade, direitos humanos, ética e paz; incentivar e valorizar a criação artística e o universo lúdico da criança. Sendo assim, desenvolvemos atividades com a intenção de proporcionar desenhos com materiais variados (canetinha, giz-de-cera, lixa, pincel, corantes). Da mesma forma, propomos atividades de pintura (pintando com esponja, com spray, com olhos vendados, com dobradura, massinha), de recorte e colagem, utilizando materiais diversifcados (papéis de diferentes texturas, papel reciclado e isopor reutilizado).
Já no mês de maio, aconteceram pontualmente duas oficinas de ilustração, sendo a primeira com a autora Maria Fernanda e a segunda com a artista plástica Veramar (parceira e colaboradora do projeto) e Elaini Trevisan. Na 1ª oficina (10/05) compareceram 10 crianças e na oportunidade, a autora Mª Fernanda contou a história de um de seus livros – O monstro Feliz – e explicou para as crianças como foi o processo de produção de sua história, explorando todo o seu esboço. Em seguida, fez o sorteio de alguns exemplares autografados entre os participantes.
Na segunda oficina (17/05) compareceram 12 crianças. A artista plástica Veramar e Elaini Trevisan realizou uma atividade de autorretrato, cujo objetivo era que as crianças se desenhassem como se percebiam. Enquanto acompanhávamos individualmente cada criança, a Veramar desenhava na lousa as técnicas de desenhos mangás para ilustrar rostos, cabelos, olhos, bocas e corpos.
Nas semanas seguintes, dando continuidade a este trabalho descrito acima, tanto nas oficinas de ilustração quanto de escrita, fizemos uma atividade de autobiografia. Cada uma das crianças escreveu uma pequena histórias sobre si mesma, de seus gostos e preferências. E assim, fechamos com as oficinas e damos início a organização da festa junina do Cepaj e encerramento do semestre.
De modo geral, o que podemos perceber é que muitas crianças estão bastante motivadas e envolvidas com o projeto. Entretanto, o que muitas vezes dificulta nosso trabalho é a adesão da família, uma vez que permite ao filho(a) faltar muitas vezes às oficinas. Consideramos que a produção desse livro é um processo, portanto, precisa de acompanhamento contínuo e permanente.
Uma das preocupações constantes do CEPAJ, como unidade de extensão da PUC Goiás, é desenvolver propostas de atuação que articulam criança/adolescente e comunidade. Esse objetivo reflete em seus princípios de trabalho, que apontam para a comunidade como espaço de desenvolvimento do sujeito em suas diferentes dimensões – histórica, social, política, cultural e individual (no que se refere também à sua subjetividade). Para tanto, o CEPAJ consolidou uma metodologia comunitária, valorizando o contexto em que essa criança/adolescente insere-se historicamente. Tão logo, com este projeto vemos a necessidade de promover a formação integral de jovens e adultos para uma ação social crítica e libertadora, respeitando as diferenças, contribuindo para que as pessoas e grupos assumam seu protagonismo, criando novos instrumentos de organização para a transformação social.

O projeto “Nessa Aldeia tem História” é temporário, com previsão de início e término.

1ª Oficina de ilustração - com a participação da autora mirim Maria Fernanda Trevisan e sua mãe Elaini Cristina Trevisan

Maria Fernanda escritora mirim



2ª Oficina de ilustração – com a participação da artista plástica Veramar, mestranda em Artes/UFG.






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